terça-feira, 9 de março de 2010
O GRANDE(IOSO)SERTÃO:VEREDAS
Após a leitura de Grande Sertão: Veredas, do mineiro João Guimarães Rosa, constatei que o mesmo é um dos melhores livros que já em toda minha vida de estudante. Deste modo, resolvi relatar minhas impressões acerca deste maravilhoso romance da geração literária pós 45. Trata-se de um clássico que relata de forma peculiar a trajetória da personagem Riobaldo, um homem que decide fugir da cidade grande, após o envolvimento de seu suposto pai Selorico Mendes com uma mulher, para se tornar jagunço no sertão mineiro no final do século XIX, com o objetivo de lutar pelo chefe Zé Bebelo, além de afirmar sua individualidade, de forma exclusiva e peculiar, enfatizando também os momentos de conflitos amorosos sofridos pelo narrador ao longo da trama, principalmente no que refere ao “romance” que tem por Diadorim, ao mesmo em que lembra dos relacionamentos que teve com outras mulheres ao longo da vida, com destaque para Otacília, com quem se casa posteriormente. Vale destacar ainda as viagens que Riobaldo realizou com o grupo de jagunços no norte de Minas Gerais, Goiás e início da Bahia. Primeiramente percebe-se o uso da primeira pessoa, como forma de dialogar com o leitor, para que o último reflita a respeito do que o narrador nos conunica ao longo do romance. Para mim, esta é a característica fundamental da narração. Outro aspecto interessante de ser lembrado são os flashbacks de Riobaldo, presentes de forma cinematográfica, dando a impressão de estarmos assistindo a vida do protagonista. Em muitos momentos, me emocionei bastante com os relatos de Tatarana, para os mais íntimos. Destaco assim a passagem que acredito ser a mais bonita ao longo deste ícone da literatura brasileira. Trata-se do momento em que Riobaldo, ainda na infância, passa por um rio no interior de Minas e avista um garoto chamado Reinaldo. A partir daí ambos se tornam grandes amigos, mas a distância os separou por longo período de tempo. Ambos se encontrariam na fase, já na condição de jagunços. Quanto à descrição da natureza, esta é muito bem feita pelo narrador, principalmente no que se refere ao relevo, hidrografia e animais, dentre eles o tão comentado manuelzinho-da-crôa. Outros pássaros também são citados ao longo da trama, com ênfase no som que os mesmos emitem. No que tange as relações amorosas de Riobaldo, nota-se que ocorrem de forma conflitante por parte do protagonista. Percebe-se que o interesse principal de Riobaldo por Diadorim é conflituoso, pois ao mesmo em que Tatarana deseja demonstrar seu afeto por Diadorim não o faz, por devaneios de mulheres com quem o rapaz teve relacionamentos quando mais jovem. Ou seja, Riobaldo tem dificuldades de decisão no que se refere assumir uma relação conjugal com Diadorim ainda na condição masculina, já que o protagonista também ama Otacília. Eis aqui uma primeira reflexão sobre este grande clássico.
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