sexta-feira, 13 de agosto de 2010

UMA GALINHA-PARTE INTEGRANTE DA FAMÍLIA

Li um conto interessante da bela e mais importante literata do Brasil, Clarice Lispector, chamado Uma galinha, escrito nos anos 1960. Conta a história de uma galinha tímida e desajeitada que tenta fugir de um homem que quer matá-la e cozinhá-la. A galinha, indefesa e gritando de medo do rapaz, voa com dificuldade até um dos telhados da casa tentando esquivar-se do caçador adormecido, que aprisona a mesma por um instante. Após livrar-se das mãos do homem e do sofrimento de ser morta, a galinha fica quieta num canto da cozinha. A filha do rapaz, cujo nome não é mencionado, observa a galinha botando um ovo e diz para o pai não matar a galinha, já que a mesma acabou de dar a cria a um lindo pintinho. A família inteira parou para olhar a galinha cuidando do recém-nascido sem palavras. A partir deste momento, a galinha passa a fazer parte da família. Foi a primeira vez na vida que uma família adota uma galinha como animal de estimação, acariciando-a. A relação afetiva da família com a galinha foi algo extraordinário no conto, me lembrou bastante a relação de afeto que tenho por minha segunda calopsita. Passou-se o tempo, a galinha foi morta e cozida. O final do conto me surpreendeu, pois não esperava que a família comesse a galinha. Algo semelhante ocorreu comigo. Tinha uma calopsita macho chamada Micri, a mesma que refiro na postagem presente nos arquivos do blog. Gostava muito dele. Um dia, por acidente, o atropelei e o mesmo se debateu até Deus levar a vida dele. Naquele momento, não imaginava que fosse perder um grande amigo. A grande diferença é que jamais tive intenção de matar o passarinho, mas o tempo em que esteve aqui em casa foi uma das nossas maiores alegrias de nossas vidas. Aprendi bastante a valorizar minha vida lendo esta conto, pois o que parece ser um sofrimento para nós torna-se com o passar a coisa mais legal e essencial para nossa vida. A galinha, vista antes como um alimento, tornou-se membro da família. Mais uma vez insisto, rsrs: leiam!Faz muito bem para nossa cabeça!

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